sexta-feira, 27 de novembro de 2015

'Into The Badlands': "A fotografia é como uma personagem em si"





Dos produtores de Pulp Fiction, estreia-se domingo no AMC Into The Badlands, série que foca as artes marciais. Um dos atores fala ao DN

Artes marciais. Luta pelo poder e pela sobrevivência. Um mundo dividido num futuro distante e destruído por uma sucessão de catástrofes naturais provocadas pelo Homem. Sete barões e os respetivos exércitos de lutadores em disputa numa sociedade feudal. São estes os ingredientes principais de Into The Badlands, a nova série de drama e ação inspirada num conto chinês, que se estreia esta madrugada no AMC Portugal, pelas 03.30, em simultâneo com os EUA - e com repetição amanhã pelas 23.15. "Mas há muito mais do que isso na série, como a exploração das relações complexas entre estas personagens obscuras e desesperadas pela sobrevivência, um instinto com o qual todos se podem identificar na vida real".

Ao DN, Oliver Stark, que interpreta Ryder, um dos protagonistas, filho único do principal barão, explica que recusa ver o seu papel como o de "o homem mau" da trama. "Ele é antes o incompreendido. Vão perceber que ele é assim porque tem um passado que tem que ultrapassar, até na relação com o seu pai", conta o ator, frisando que se inspirou na biografia do escritor norte-americano J. D. Salinger para compor a personagem. "Há muitas semelhanças entre os dois, principalmente a solidão. E também me inspirei no efeito psicológico de alguém que guarda segredos e na forma como isso pode modificar-nos", afirma Stark.

Numa série fisicamente exigente para o elenco, com várias cenas de luta, os atores submeteram-se a um treino intensivo com especialistas em artes marciais. "Tivemos dois meses de treinos, oito horas por dia, cinco dias por semana. Treinámos com profissionais incríveis. Foi difícil para todos mas começámos a ficar mais animados quando vimos os primeiros progressos. Mas sim, houve pernas doridas pelo caminho", ri-se o britânico de 24 anos.

Entre os produtores-executivos desta nova trama está a dupla Stacey Sher e Michael Shamberg, que está estiveram envolvidos na produção de filmes de êxito como Pulp Fiction, Django Libertado, Um Peixe Chamado Vanda ou Erin Brockovich. "É espetacular trabalhar com eles e um privilégio saber que posso fazer a minha parte descansado porque estou em boas mãos. Toda a equipa confia na visão deles, são pessoas que sabem o que fazem, estão nesta indústria há décadas", confessa o ator.

Talvez por isso, a série do AMC conta com uma fotografia que tem sido elogiada pela crítica, que a compara ao universo cinematográfico. "A fotografia é incrível, lindíssima, quase mágica, é como se fosse uma personagem em si. O detalhe que é colocado em cada cenário de luzes é inacreditável. É isto que marca a diferença numa série", acrescenta Stark ao DN.

A atração pelo extremo

Olhando para o panorama televisivo, talvez não seja inocente a tendência de vermos um mundo dividido, em guerra e a lutar pela sobrevivência naquelas que são, provavelmente, as duas séries atuais mais populares, The Walking Dead e A Guerra dos Tronos. Into The Badlands partilha desse mesmo ADN. "O público gosta de séries sobre lutas de poder e sobrevivência porque, como humanos, gostamos de viver entre extremos. Ou muito felizes ou muito tristes, faz parte da vida. Outro extremo é o desespero. Os espectadores gostam de se sentar no sofá, no conforto das suas casas, experienciando estas emoções e situações através das personagens. Também é uma autoaprendizagem. Perguntam-se: "Como reagiria eu nesta situação extrema?"", frisa o britânico.

Daniel Wu, Emily Beecham, Sarah Bolger, Madeleine Mantock e Orla Brady completam o elenco principal da série.

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